quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quando, aos 5 anos, vim morar para a vila, propriamente dita, mal conseguia dizer o nome da minha rua, por isso a quem me perguntava onde morava, respondia sempre: "Perto do jardim das laranjeiras". E assim começou a minha relação afectiva com as simpáticas árvores.
Nunca me lembro de ter comido qualquer laranja, dizem que eram amargas como o diabo, nem de me terem feito sombra por mais de 5 minutos, mas acompanharam todo o meu crescimento e o meu envolvimento com Grândola. Nunca dei por elas. Nem lhes dediquei particular atenção.
Mas agora olho em volta e sinto falta da sua presença. A entrada de Grândola, vindo das praias, o dito jardim que outrora foi das laranjeiras e o largo do coreto podem provavelmente estar, agora, mais enquadrados com os novos conceitos arquitectónicos, mais minimalistas e geométricos, mas muito menos acolhedores. É um deserto de cortar a alma. São de uma frieza (que no Verão deve ser o inverso) atroz. Desculpem mas não gosto. A minha memória de infãncia rejeita-os de forma severa. Para além de não terem acrescentado funcionalidade acrescida que tenha valido tamanha despesa e tamanho transtorno.
Valeram as obras estruturais, de implementação de nova rede de saneamento, água, energia e comunicações. Contudo, estas poderiam ter sido efectuadas de forma mais económica e com menos impacto na minha, e na nossa, memória e alma.

VMR

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